quinta-feira, 2 de abril de 2009

Trechos das músicas de Zeca Baleiro.

''[...]Solidão não cura com aspirina.Tanto que eu queria o teu amor.Me vestir do terno da ternura.A saudade ainda vai bater no teto.Dor não cura com penicilina.Tanto que eu queria o teu amor.Tanto amor em mim como um quebranto.Tanto amor em mim, em ti nem tanto.Há mais solidão no aeroporto que num quarto de hotel barato.Antes o atrito que o contrato.Telefone não basta ao desejo.O que mais invejo é o que não vejo.O céu é azul, o mar também.Se bem que o mar as vezes muda.Tanto que eu queria o teu amor.Tanto amor em mim, em ti nem tanto''.
''Ando tão à flor da pele,que qualquer beijo de novela me faz chorar,ando tão à flor da pele,que teu olhar flor na janela me faz morrer,ando tão à flor da pele,que meu desejo se confunde com a vontade de não ser,ando tão à flor da pele,que a minha pele tem o fogo do juízo final.Oh sim eu estou tão cansado,mas não pra dizer,que não acredito mais em você.Eu não preciso de muito dinheiro graças a Deus.Vou tomar aquele velho navio,aquele velho navio..''.
''Eu tava triste tristinho mais sem graça que a top model magrela na passarela.Eu tava só, sozinho mais solitário que um paulistano..Mas ontem eu recebi um telegrama era você de Aracaju ou do Alabama dizendo nego sinta-se feliz porque no mundo tem alguém que diz que muito te ama que tanto te ama que muito (muito) te ama que tanto te ama.Por isso hoje eu acordei com uma vontade danada de mandar flores ao delegado de bater na porta do vizinho e desejar bom dia de beijar o português da padaria''.

segunda-feira, 30 de março de 2009

De alma aberta.

Algumas pessoas levam a vida perdidas e confusas.E assim,fingindo ser outra pessoa,passam a criar ilusões.Mas eu pergunto,como encontrar o amor que precisa,se as vibrações que tu passas não são reais? O que podes vê é o que tens,sem mistério.Então, trate de se revelar.E diga o que quer dizer de alma aberta,sem receio.Diga o quer,e faça como quiser.Tenha orgulho de si mesmo,não existe ninguém como você.Não ceda ao ódio,deixe o amor reinar.Assuma-se e diga: Eu sou assim.
Algumas pessoas se preocupam demais com o que os outros estão pensando ou irão pensar.No entanto,lembre-se de uma coisa,a vida é sua e não deles!O que tem a perder sendo honesto e leal com você mesmo?Descubra quem são seus verdadeiros amigos,amores.Não tenha medo de VIVER! E diga o que quer dizer de alma aberta.

Vinícius (de Moraes) que o diga..

Como dizia o poeta
Quem já passou por essa vida e não viveu
Pode ser mais, mas sabe menos do que eu
Porque a vida só se dá pra quem se deu
Pra quem amou, pra quem chorou, pra quem sofreu
Ah, quem nunca curtiu uma paixão nunca vai ter nada, não
Não há mal pior do que a descrença
Mesmo o amor que não compensa é melhor que a solidão
Abre os teus braços, meu irmão, deixa cair
Pra que somar se a gente pode dividir
Eu francamente já não quero nem saber
De quem não vai porque tem medo de sofrer
Ai de quem não rasga o coração, esse não vai ter perdão
Quem nunca curtiu uma paixão, nunca vai ter nada, não
(Vinícius de Moraes)

Cecília Meireles

Canção do sonho acabado
Já tive a rosa do amor-rubra rosa, sem pudor. Cobicei, cheirei, colhi. Mas ela despetalou.E outra igual, nunca mais vi.Já vivi mil aventuras,me embriaguei de alegria! Mas os risos da ventura,no limiar da loucura,se tornaram fantasia...Já almejei felicidade.Mãos dadas, fraternidade,um ideal sem fronteiras- utopia! Voou ligeira, nas asas da liberdade. Desejei viver. Demais!Segurar a juventude.Prender o tempo na mão,plantar o lírio da paz!Mas nem mesmo isto eu pude: Tentei, porém nada fiz...Muito, da vida, eu já quis.Já quis... mas não quero mais...
Lua adversa
Tenho fases, como a luaFases de andar escondida,fases de vir para a rua...Perdição da minha vida!Perdição da vida minha!Tenho fases de ser tua,tenho outras de ser sozinha.Fases que vão e que vêm,no secreto calendárioque um astrólogo arbitrárioinventou para meu uso.E roda a melancoliaseu interminável fuso!Não me encontro com ninguém (tenho fases, como a lua...)No dia de alguém ser meunão é dia de eu ser sua...E, quando chega esse dia,o outro desapareceu...

Um trecho de Lucíola pra você..

Trecho de Lucíola (José de Alencar)
"Eu te amei desde o momento em que te vi! Eu te amei por séculos nestes poucos dias que passamos juntos na terra. Agora que a minha vida só se conta por instantes, amo-te em cada momento por uma existência inteira. Amo-te ao mesmo tempo com todas as afeições que se pode ter neste mundo. Vou te amar enfim por toda a eternidade.(...) Terminei ontem este manuscrito, que lhe envio ainda úmido de minhas lágrimas.Relendo-o, admirei como tivera a coragem de alguma vez, no correr desta história, deixar minha pena rir e brincar, quando meu coração ainda sente saudade, que sepultou-se nele para sempre. É porque, repassando na memória essa melhor porção de minha vida, alheio-me tanto do presente, que revivo hora por hora aqueles dias de ventura, como de primeiro os vivo, ignorando o futuro, e entregue todo às emoções que senti outrora. (...)Há seis anos que ela me deixou; mas eu recebi sua alma, que me acompanhará eternamente. Tenho-a tão viva dentro e presente no meu coração, como se ainda visse reclinar-se meiga para mim. Há dias no ano e horas no dia que ela sagrou com a sua memória, e lhe pertencem exclusivamente. Onde quer que eu esteja, a sua alma me reclama e atrai; é forçoso então que ela viva em mim. (...)Há nos cabelos da pessoa que se ama não sei que fluido misterioso, que se comunica com o nosso espírito. (...)"Trecho retirado do livro Lucíola, de José de Alencar, está nas páginas 140 e 141.




P.S: Aninha que tanto adora este trecho, beijinhos amiga.

domingo, 29 de março de 2009

A Indústira Cultural e o Paráfolia

O consumo é muito visado em se tratando de Indústria Cultural. Esse consumo envolve a arte, a qual, por sua vez, está diretamente relacionada à estética, que nada mais é do que uma relação de representação a fim de se projetar perante a sociedade, envolvendo, dessa maneira, o status quo.
Ao consumirem determinados produtos, os indivíduos almejam inclusão em um dado grupo social. Partindo da ideologia ditada pelas mídias, por exemplo, os consumidores tomam como gosto pessoal o gosto por elas introduzido – o gosto coletivo, portanto.
Conforme considera Herbert Marcuse, “a liberação dos usos foi recuperada pela sociedade de consumo e em seu benefício”. Assim, pode-se inferir que ele vê a Indústria Cultural como Indústria do consumo e, por conseguinte, o trabalho como algo prazeroso. Ou seja, Marcuse demonstra o domínio da Indústria, haja vista que o trabalho resulta em salário, o qual proporciona poder de compra e, então, prazer por gastar o dinheiro consumindo algum produto.
O evento Parafolia é um exemplo claro de Indústria Cultural. Como mostra a proposta desenvolvida por Jurgen Habermas – denominada Razão Comunicacional –, a esfera pública que seria um espaço de discussão está ligada aos interesses particulares, tendo em vista que ela introduz a opinião pública na sociedade. No caso deste evento, é mostrado por meio das mídias apenas o lado bom: diversão, alegria, festa, baseando-se em interesses mercadológicos.
A padronização, presente no conceito de Indústria Cultural, é vista nos abadás, os quais são distribuídos aos foliões que, então, os usam para serem identificados; daí, os abadás serem uma espécie de uniformização, referente ao ingresso de cada show apresentado no evento Parafolia. O show, portanto, é o produto que visa fins lucrativos.
Contudo, o show é apenas uma obra; o que se consome, de fato, é a mercadoria do show, isto é, o artista que se apresenta no evento em questão.A alienação, característica marcante da Indústria Cultural é desenvolvida, no caso do evento Parafolia, pelos meios de comunicação de massa, os quais “injetam” a idéia de consumo a este evento. Por isso, a alienação está relacionada a essa restrição que é introduzida na mente das massas, deixando de haver o que eles chamam de “esclarecimento”.
Assim como a consciência dos consumidores, o gosto popular, tido como pessoal, é afastado definitivamente. Mídias, de modo geral, passam a divulgar gostos musicais que poderão ser escutados nos dias do evento, como, o axé, por exemplo. Desta maneira, o gosto, visto como particular, torna-se coletivo.
Vale ressaltar, entretanto, que o gosto é fabricado e/ou industrializado e produzido em larga escala; por isso, a diversidade musical mostrada pelo evento Parafolia, na verdade, não existe. O que há, de fato, é a construção de um gosto predominante.
O valor do melhor está na diversão. É essa a ideologia que o evento Parafolia divulga: a diversão está naquilo que pode ser comprado, feito industrialmente, privatizado. E isso é somente possível por meio da reprodutibilidade técnica, retratada por Walter Benjamin. Assim, a ideologia afeta a sociedade, consoante Habermas.
Conforme dito anteriormente, a Indústria visa à quantidade, deixando de lado a qualidade. Assim é o evento Parafolia. Este proporciona significativa quantidade de atrações musicais, todavia a qualidade não é priorizada neste evento.Diante de toda essa abordagem sobre Indústria Cultural, exemplificada por meio do evento Parafolia, pode-se concluir que o comportamento social está vinculado à industrialização. Esta, por sua vez, traz consigo o comodismo, isto é, o status quo.
As massas, inconscientemente, têm o seu gosto deturpado pela Indústria Cultural, a qual, de maneira geral, impõe o consumo de produtos, visando o comércio.
Por fim, em linhas gerais, a Indústria Cultural é um processo que sustenta a burguesia a manter-se no poder, por meio da ideologia que esta transmite a sociedade. Portanto, Indústria Cultural e sistema capitalista caminham juntos.

Comenda Francisco C.C. Branco.

Francisco Caldeira Castelo Branco foi o comandante-mor da expedição de vinda a Amazônia. A expedição chegou a Belém em 1616, com o auxílio do francês Charles de Vaux, tendo em vista a falta de conhecimentos acerca da região por parte dos portugueses.
Vale ressaltar, no entanto, que a presença dos demais europeus, principalmente dos franceses, era devido a perseguições religiosas ocorridas na Europa. E é exatamente a partir dessa razão religiosa que os portugueses se confrontam com os franceses, uma vez que os lusitanos tinham em Estado a presença forte da Igreja Católica.
Com o decorrer da colonização, Portugal percebeu que ou ocupava a região, como, por exemplo, onde hoje é o Pará, e fundavam uma cidade, ou perderiam o território para os franceses. Em meio a esse contexto, seguindo ordens do rei de Portugal, Francisco Caldeira Castelo Branco funda a cidade de Belém, em 1616, por meio do erguimento do Forte do Presépio.
É importante destacar a atuação de Castelo Branco, pois este comandante português foi o grande colaborador para, as construções de marcos-históricos presentes, simbolicamente, até os dias atuais na nossa cidade. A exemplo disso tem-se: a Cidade Velha, com suas igrejas e ruas estreitas.
Tendo em vista a importância de Francisco Caldeira Castelo Branco para a fundação de Belém, o então prefeito Ájax D’Oliveira por meio do decreto 14.535,no dia 1° de agosto de 1978,determinou que a cidade, por meio das autoridades no exercício do poder, homenageariam pessoas e/ou instituições que tenham desenvolvido ações contribuintes para o progresso da Metrópole da Amazônia, a cada ano, justamente no dia 12 de janeiro – data de aniversário de Belém. A homenagem é realizada por meio de uma medalha: a Comenda Francisco Caldeira Castelo Branco.
Nome conhecido da sociedade paraense, o professor Édson Raymundo Pinheiro de Souza Franco, 72 anos, já foi homenageado com a Comenda de Francisco Caldeira Castelo Branco. Atualmente, reitor da UNAMA, reitor da FEAPA e presidente da Academia Paraense de Letras, Édson Franco atribui esta homenagem da cidade ao trabalho educacional prestado por ele a mais de 51 000 alunos formados, no exercício de professor desde o Ensino Médio ao Superior, Secretário de Educação e Secretário Especial do Governo.
Édson Franco reconhece a importância de Francisco Caldeira Castelo Branco, citando às heranças simbólicas por ele deixadas, como, por exemplo: Museu da Igreja de Santo Alexandre, Igreja da Sé e Igreja do Carmo. Porém, quando questionado a quem ele daria a medalha de Comenda, o professor indicaria o integrante da Academia Paraense de Letras Alonso Rocha, por ele ter sido escolhido pelo demais integrantes da Academia como “príncipe dos poetas do Pará”, destacando, sobretudo, a importância de Alonso Rocha para com a sociedade paraense.
Outra personalidade que recebeu a comenda no ano passado, o professor e atual Diretor Geral da Faculdade Ideal, João Messias dos Santos Filho, 68 anos. O professor representou a instituição que desde 1º de maio de 2004, vem desenvolvendo projetos de inclusão digital com os menos favorecidos de Belém e seus arredores e hoje já atende mais de 15.000 pessoas, e segundo João Messias, o êxito do projeto é tão grande que outras instituições de ensino superior passaram a aderi-lo.
João Messias que reconhece a importância de Francisco Caldeira Castelo Branco para a nossa cidade, acredita também que ele deu uma unicidade político-administrativa a capital paraense. E cita que as heranças deixadas aqui no período da colonização, como as igrejas do Colégio dos Jesuítas, o Forte do Presépio e o Marco da Légua se fazem presentes até na hoje na vida de quem mora aqui.
Quando questionado sobre a quem daria a medalha, o professor indicou Euler Arruda, arquiteto e um dos projetistas do Centur, graças ao desvelo e amor que dedica a Belém.
Vale ressaltar, entretanto, que não são apenas pessoas que recebem essa honraria, pois instituições também são homenageadas com a comenda Francisco Caldeira Castelo Branco, a exemplo disso, têm o Projeto Cururu idealizado em 2002 e implantado por Luciana Arraes, cujos coordenadores são seus pais Rosa e Jonas Arraes que dão seguimento, diga-se de passagem, com muita qualidade e zelo. A logomarca é uma homenagem aos sapos que presenciavam as aulas, porém, quando cimentaram o local eles partiram.
O projeto diferentemente do que é publicado em alguns sites, nunca obteve incentivos oficiais do governo, apenas alguns apoios, como frizou Jonas Monteiro Arraes, o coordenador e maestro do desígnio. Desde 2005, ele funciona na Igreja Centrão e contou com o patrocínio do Banco da Amazônia até o ano passado, sendo assim, sem patrocínio oficial, a paróquia Santo Antônio de Lisboa, prossegue como realizadora e colaboradora primordial desse intento. Hoje em dia, conta com 140 crianças, número suficiente para manter a excelência e qualidade. Há voluntários, diga-se de passagem, frei Juraci Estebam é o maior e mais importante deles e também contratados, ressaltando, estes ganham salários modestos.
Jonas Arraes pensa que um historiador explanaria melhor a cerca da importância de Castelo Branco para a cidade, no entanto, reconhece a missão do português em ocupar este território a fim de impedir a invasão dos europeus, especificamente os franceses e posteriormente, construir a primeira fortificação militar, fundando, por assim dizer, a cidade de Belém. A tela de Theodoro Braga retrata esse acontecimento e encontra-se no Museu de Arte do Belém.
Questionado sobre os marcos históricos na época da fundação ainda presentes na atualidade, o maestro prefere pontuar os que não existem mais, por exemplo, o igarapé do Piri, o rio que transcorria onde hoje temos a Doca de Souza Franco, enfatizando os aterramentos que foram feitos. Entender o que ocorreu e as vicissitudes ao longo do tempo, são fatores fundamentais para os belenenses.Em relação à medalha, Jonas Arraes diz que ela representa simbolicamente, o reconhecimento do poder público que em nome da população, homenageou o Projeto Cururu, ressaltando assim, o trabalho da Paróquia, da Pastoral Social e os envolvidos em prol dele. Quanto à possibilidade de indicar alguém para receber a comenda, ele premiaria uma jovem que dar aulas em um Centro Espírita localizado no bairro do Jurunas, e faz apresentações com mais de 100 crianças, bem coreografadas. Ela não conta com patrocinadores e, para viabilizar esse trabalho, faz rifas preparando dessa forma, o figurino das crianças, por isso, merece destaque.