Francisco Caldeira Castelo Branco foi o comandante-mor da expedição de vinda a Amazônia. A expedição chegou a Belém em 1616, com o auxílio do francês Charles de Vaux, tendo em vista a falta de conhecimentos acerca da região por parte dos portugueses.
Vale ressaltar, no entanto, que a presença dos demais europeus, principalmente dos franceses, era devido a perseguições religiosas ocorridas na Europa. E é exatamente a partir dessa razão religiosa que os portugueses se confrontam com os franceses, uma vez que os lusitanos tinham em Estado a presença forte da Igreja Católica.
Com o decorrer da colonização, Portugal percebeu que ou ocupava a região, como, por exemplo, onde hoje é o Pará, e fundavam uma cidade, ou perderiam o território para os franceses. Em meio a esse contexto, seguindo ordens do rei de Portugal, Francisco Caldeira Castelo Branco funda a cidade de Belém, em 1616, por meio do erguimento do Forte do Presépio.
É importante destacar a atuação de Castelo Branco, pois este comandante português foi o grande colaborador para, as construções de marcos-históricos presentes, simbolicamente, até os dias atuais na nossa cidade. A exemplo disso tem-se: a Cidade Velha, com suas igrejas e ruas estreitas.
Tendo em vista a importância de Francisco Caldeira Castelo Branco para a fundação de Belém, o então prefeito Ájax D’Oliveira por meio do decreto 14.535,no dia 1° de agosto de 1978,determinou que a cidade, por meio das autoridades no exercício do poder, homenageariam pessoas e/ou instituições que tenham desenvolvido ações contribuintes para o progresso da Metrópole da Amazônia, a cada ano, justamente no dia 12 de janeiro – data de aniversário de Belém. A homenagem é realizada por meio de uma medalha: a Comenda Francisco Caldeira Castelo Branco.
Nome conhecido da sociedade paraense, o professor Édson Raymundo Pinheiro de Souza Franco, 72 anos, já foi homenageado com a Comenda de Francisco Caldeira Castelo Branco. Atualmente, reitor da UNAMA, reitor da FEAPA e presidente da Academia Paraense de Letras, Édson Franco atribui esta homenagem da cidade ao trabalho educacional prestado por ele a mais de 51 000 alunos formados, no exercício de professor desde o Ensino Médio ao Superior, Secretário de Educação e Secretário Especial do Governo.
Édson Franco reconhece a importância de Francisco Caldeira Castelo Branco, citando às heranças simbólicas por ele deixadas, como, por exemplo: Museu da Igreja de Santo Alexandre, Igreja da Sé e Igreja do Carmo. Porém, quando questionado a quem ele daria a medalha de Comenda, o professor indicaria o integrante da Academia Paraense de Letras Alonso Rocha, por ele ter sido escolhido pelo demais integrantes da Academia como “príncipe dos poetas do Pará”, destacando, sobretudo, a importância de Alonso Rocha para com a sociedade paraense.
Outra personalidade que recebeu a comenda no ano passado, o professor e atual Diretor Geral da Faculdade Ideal, João Messias dos Santos Filho, 68 anos. O professor representou a instituição que desde 1º de maio de 2004, vem desenvolvendo projetos de inclusão digital com os menos favorecidos de Belém e seus arredores e hoje já atende mais de 15.000 pessoas, e segundo João Messias, o êxito do projeto é tão grande que outras instituições de ensino superior passaram a aderi-lo.
João Messias que reconhece a importância de Francisco Caldeira Castelo Branco para a nossa cidade, acredita também que ele deu uma unicidade político-administrativa a capital paraense. E cita que as heranças deixadas aqui no período da colonização, como as igrejas do Colégio dos Jesuítas, o Forte do Presépio e o Marco da Légua se fazem presentes até na hoje na vida de quem mora aqui.
Quando questionado sobre a quem daria a medalha, o professor indicou Euler Arruda, arquiteto e um dos projetistas do Centur, graças ao desvelo e amor que dedica a Belém.
Vale ressaltar, entretanto, que não são apenas pessoas que recebem essa honraria, pois instituições também são homenageadas com a comenda Francisco Caldeira Castelo Branco, a exemplo disso, têm o Projeto Cururu idealizado em 2002 e implantado por Luciana Arraes, cujos coordenadores são seus pais Rosa e Jonas Arraes que dão seguimento, diga-se de passagem, com muita qualidade e zelo. A logomarca é uma homenagem aos sapos que presenciavam as aulas, porém, quando cimentaram o local eles partiram.
O projeto diferentemente do que é publicado em alguns sites, nunca obteve incentivos oficiais do governo, apenas alguns apoios, como frizou Jonas Monteiro Arraes, o coordenador e maestro do desígnio. Desde 2005, ele funciona na Igreja Centrão e contou com o patrocínio do Banco da Amazônia até o ano passado, sendo assim, sem patrocínio oficial, a paróquia Santo Antônio de Lisboa, prossegue como realizadora e colaboradora primordial desse intento. Hoje em dia, conta com 140 crianças, número suficiente para manter a excelência e qualidade. Há voluntários, diga-se de passagem, frei Juraci Estebam é o maior e mais importante deles e também contratados, ressaltando, estes ganham salários modestos.
Jonas Arraes pensa que um historiador explanaria melhor a cerca da importância de Castelo Branco para a cidade, no entanto, reconhece a missão do português em ocupar este território a fim de impedir a invasão dos europeus, especificamente os franceses e posteriormente, construir a primeira fortificação militar, fundando, por assim dizer, a cidade de Belém. A tela de Theodoro Braga retrata esse acontecimento e encontra-se no Museu de Arte do Belém.
Questionado sobre os marcos históricos na época da fundação ainda presentes na atualidade, o maestro prefere pontuar os que não existem mais, por exemplo, o igarapé do Piri, o rio que transcorria onde hoje temos a Doca de Souza Franco, enfatizando os aterramentos que foram feitos. Entender o que ocorreu e as vicissitudes ao longo do tempo, são fatores fundamentais para os belenenses.Em relação à medalha, Jonas Arraes diz que ela representa simbolicamente, o reconhecimento do poder público que em nome da população, homenageou o Projeto Cururu, ressaltando assim, o trabalho da Paróquia, da Pastoral Social e os envolvidos em prol dele. Quanto à possibilidade de indicar alguém para receber a comenda, ele premiaria uma jovem que dar aulas em um Centro Espírita localizado no bairro do Jurunas, e faz apresentações com mais de 100 crianças, bem coreografadas. Ela não conta com patrocinadores e, para viabilizar esse trabalho, faz rifas preparando dessa forma, o figurino das crianças, por isso, merece destaque.